OS BAMBAMBÃS DAS LETRAS

  Os 100 Melhores Livros  

 Ao término do século XX, as principais instituições de ensino do Pais e entidades da sociedade civil selecionaram os ''100 melhores livros do século no Brasil''. A matéria completa sobre o tema foi publicado pela folha de londrina/folha do Paraná em 26 de abril de 1999. A Livraria Paço da Luz, levantou com os dados existentes na sua loja os livros mais vendidos e procurados por nossos clientes e instituições nos 13 primeiros anos do século XXI. As categorias escolhidas foram: poesia, romance, economia, direito, educação, engenharia, nutrição, história, agronomia e filosofia.  A seguir, a relação dos livros que fizeram um pouco de história durante o período de 2000 à 2013.

Parte I
  • Poesia

        Cenas, de Isabelle Palma

  De tantos gêneros literários, as metáforas são particularmente as formas de expressão humana mais íntimas que se possa divulgar. Por que ela brota de uma possibilidade fantástica, ao mesmo tempo em que publica toda a subjetividade do autor. Eu descobri a poesia quando ainda era muito jovem e em muitos lugares do mundo. Nem por isso, posso dizer que ela tenha me descoberto. Este livro, na verdade, nasceu em um rompante e por sincera amizade. Suas ''Cenas'' são pedaços de histórias e ambientes vividos...partilhados com tanto amor que talvez tenham de fato se tornado poesia. 



Isabelle Palma é paranaense, nasceu em lbaiti, em 1977. É professora de História da rede estadual de ensino, formada pela Universidade Federal do Paraná. Mestre em História Comparada das Religiões Antigas, pela mesma instituição.



      
 A Arca de Noé, Vinícius de Moraes
Comentário de Adriana Calcanhotto
 
''Tudo em Vinicius de Moraes extravasa poesia. O devastador poder de sedução, a alma negra, o espírito vagabundo. E, é claro, os poemas infantis, vários dos mais perfeitos sonetos do mundo, algumas das mais belas canções de todos os tempos. Me perdoem os chatos e suas questões sobre altos e baixos. Vinicius é fundamental.''







Poemas, Riscos e Rabiscos, Giuseppe Martinelli

 
   Sinto- me honrado com a distinção em escrever o prefácio de Poemas, Riscos e Rabiscos, livro de Giuseppe  Martinelli, máxime porque em torno desse poeta gravitam verdadeiros astros da poesia e da literatura bem mais preparados que eu para esse mister; quer pelo conhecimento do mundo das letras, quer por laços circunstanciais mais fortes que a minha e há muito mais tempo. Ademais, se a surpresa do convite acionou minha gratidão, senti-me na obrigação de não em esquivar de um pedido que vinha de alguém que, para início de conversa, solicitava minha colaboração para alcançar a plenitude de sua missão aqui no mundo dos vivos, fiel as adágio popular de que o homem só se completa ao ''ter um filho, plantar um árvore e escrever um livro''.
Catanduva  (SP), setembro de 2006.Óguin Lourenço Mauri.

Giuseppe Martinelli nasceu no dia 08 de abril de 1934, na cidade de Caltagirone, Silícia, Itália. Com 17 anos de idade e mal tinha terminado o segundo grau, conhece o Padre Quinci, que estava ''arrebanhando'' jovens órfãos de guerra ente 16 e 21 anos, para virem e trabalhar no Brasil com imigrantes. Embora não sendo órfão, conseguiu engajar-se (talvez, no princípio, com espírito de aventura), mas no dia 06 de maio, está ele embarcando do porta de Genova, rumo ao Brasil . No dia 24 de maio desembarca no porto de santos, e após várias peripécias e morando em São Paulo e cidades do interior. Finalmente reside em Ponta Grossa - PR, junto aos pais e irmãos que nesta altura vieram também para o Brasil. É nessa cidade começa sua vida social, cultural e artística. Em 1955, junto a outros jovens, montam o ''Teatro Amador Pontagrossense'', assumindo a direção artística e a de ator. Nesta mesma cidade conhece e casa com Regina, e tiveram um casal de filhos. No ano de 1970, mudam residência para Guarapuava, começando nova vida, ela como professora e ele como construtor, pois foi Diretor proprietário da Construtora EAD, ''Construção, Adminstração e Decoração''.




Bichos, Renato Suttana  
   Em Renato Suttana o bicho, esse animal de muitas faces e muitos reflexos, aparece-nos como um ser quotidiano. Está ali por que foi de sua condição existir daquela maneira e não doutra. Como um homem por extenso, o animal bipes implume da antropologia, os bichos de Suttana têm as suas características muito peculiares, muito próprias e estão sujeitos ao olhar do poeta que lhes descobre o segredo. Têm também o seu mistério muito deles, para o dizer desta forma. Têm, na verdade, quase um destino, além de terem quase que um perfil de cidadãos. Digamos que o poeta, duma forma contida e simultaneamente exaltante, os revela no seu autêntico ser e, assim, lhes devolve a dignidade: mesmo que a cobra morda, a barata desagrade, o rinoceronte ataque cegamente e o leopardo devore à falsa- fé. Participantes que eram dum teatro de sombras, aí estão eles agora a existir no nosso mundo - que é o mundo que o Homem pensa e em que pensa, o mundo em que até uma pobre carriça pode ter voz pessoal ou uma trajetória biografada. E não era Rimbaud que nos dizia que o Homem fala não só por si mas também pelos animais ?  (Nicolau Saião)

   Natural de Barroso, Minas Gerais, Renato Suttana é professor da Universidade Estadual do Centro-Oeste (UNICENTRO), em Guarapuava, Paraná. Publicou em 2002 o livro de poesias Visita do fantasma na noite (2002) e, em 2005, João Cabral de Melo Neto: o poeta e a voz da modernidade.




De repente é quase agora, Carlos Rodrigues Brandão


'' Por exemplo, você está num lugar escuro e calmo, naquela hora em que o pôr do sol acabou e a noite veio. Um amigo seu  aponta o céu com dedo. Você olha para cima e vê o quê? Você olha, para o dedo dele apontando o céu de estrelas ? Ou olha para as estrelas do céu lá onde o dedo dele aponta ? Se você olhar para o dedo dele, você haverá de concordar comigo que isso será um gesto banal, comum, prosaico mesmo. Mas se você escolher olhar para além do dedo apontado para o céu (para as estrelas do céu claro) e se alegrar da festa de luzes no céu da noite, então, este será um gesto poético. Sem escrever nada em lugar nenhum, você terá vivido um momento de poesia em sua vida. Terá vivido um gesto poético. Ora,  a cada momento de cada dia de sua vida, a sua vida está cheia de muitos momentos assim. Eles estão aí, diante de você. Mas, a cada momento, a escolha é sua. Escolha!''         Carlos Rodrigues Brandão



 
           O Poeta do Povo, Solano Trindade


   Em 2008, ano em que se comemora o centenário do nascimento do poeta, nada mais justo para Solano que um livro contendo toda a sua obra literária já publicada. Além de poemas inéditos, apresenta-se o título que melhor lhe coube, dentre os muitos que lhe foram atribuídos no transcorrer da vida. Trinta e quatro anos se passaram desde a sua morte, mas Solano Trindade continua vivo em tudo que realizou, e esperamos estar aqui contribuindo para que seu nome seja sempre lembrado e ocupe o lugar de destaque que merece na literatura brasileira.





Campo Minado, Cerize Nascimento Gomes

   ''Um dia - que certamente não está muito longe - a ciência, a tradição oficial a igreja, nossos professores e até nossos mais fiéis críticos e combatentes, ainda virão até nós e agradecerão a coragem, a iniciativa e a boa vontade que tivemos em suportar as dores do parto de uma Nova Consciência sobre a face da terra. Uma gestão apaixonada, bonita, doída, traumática e alucinante, mas que exatamente por isso, proporcionará um despertar divino e inteligentemente pirado não só aos nossos redutos, mas ao planeta inteiro''. 
(Mário Xavier de Oliveira)





Cerize Aparecida Nascimento Gomes, natural de Laranjeiras de Sul, Paraná, formada em História pela FAFIG/UNICENTRO, professora, jornalista e radialista. Tem dois livros já publicados: NA BOCA DO VENTO (1979) e TUDO SOB CONTROLE (1984). CAMPO MINADO é seu terceiro livro e a autora revela nessa obra um amadurecimento político e crítico, convidando os leitores para que participem das propostas e reformas emergenciais  no País, começando pela comunidade em que estão inseridos. Sem dúvida, um livro que nos convida à reflexão, ao questionamento  e a criatividade.



Páginas Esquecidas, Machado de Assis 

  Em ‘Páginas esquecidas: uma antologia diferente de contos machadianos’, de Machado de Assis, é possível saborear uma nova visão crítica da obra deste grandioso escritor, no ano que marca o centenário de sua morte. Organizada por Álvaro Marins, esta antologia, que integra a coleção Sal da Língua, apresenta 16 contos machadianos, com temas que se relacionam a partir de diferentes abordagens elaboradas pelo escritor.  Nos temas, “o parasitismo decadente da classe patrimonial”, “a psicologia velhaca dos representantes do patrimonialismo” e até mesmo “o jogo de aparências e o teatro de futilidades de paixões muito mais encenadas do que vividas”, assim denominados pelo organizador, que afirma ainda ser possível observar, através desses textos, a trajetória estética de Machado e o amadurecimento do escritor sobre determinadas questões…



  
Ninando Estrelas, Laudenora Ferreira


   NINANDO ESTRELAS é uma viagem silenciosa e cheia de emoção que fazemos, buscando através dos versos o poema da vida, que as vezes deixamos passar...É como encontrar uma entrada cheia de surpresas agradáveis e histórias, e a vida só tem sentido quando temos histórias para contar, principalmente as que vêm da alma. É o amadurecimento de uma artista que criança que ainda acredita na fantástica trajetória na vida com a mesma simplicidade de quem sonha com fadas num mundo azul. Falar de Laudenora já é um poema, e através de suas telas lembrando a fragilidade e ao mesmo tempo a força da mulher, essa artista demonstra ser dona das flores e quem sabe um recanto na serra, como diz um dos poemas. NINANDO ESTRELAS é uma canção de ninar, o acalanto do espírito que vaga para encontrar entre versos e rimas um porto seguro para ancorar, é uma viagem segura que com certeza vala a pena!

Laudenora Ferreira, natural de de Ponta Grossa - PR, formada em Letras Português - Inglês (pela fundação Faculdade Estadual de Filosofia Ciências e Letras de Guarapuava), Bolsista da Fundação Rotária Internacional, Curso: Introdução a Comunicação Inter-CULTURAL e avançados Sistemas em Comunicação, Participação Literária: Publicação do Livro: Um pouco de Azul(1974), Participação em : Jovens Talentos de Nossa Terra (Livro), Poetas Brasileiros de Hoje (Livro), Brasil Literário (Livro), Fala Poeta (Livro), Menção Honrosa - Centro de Letras do Paraná. Integrante do Grupo de Poetas do SESC - Guarapuava, Diretora do Departamento de Cultura da Secretaria Municipal de Cultura, Esporte e Turismo da Prefeitura Municipal de Guarapuava.


 

Portal da Poesia, Terezinha Aguiar Vaz

  No ano 2000, em um Cruzeiro pelo Nilo, visitei no Egito uma plantação de flores para fazer perfumes e uma fábrica que pertencia a Al Fayed, irmão da Assíria, mulher do Pelé. Imediatamente associei minhas poesias com aquele jardim de essências e cores: Poesias são flores da alma, capazes de brotar até nos desertos da vida.  Ali assistimos desde a fabricação dos vidros até ao preparo do bálsamo, planta oleosa para fixar as essências. O bálsamo não é o como o álcool que se evapora. Um pingo de essência aromatizava todo a ambiente. Os vidros modelados à mão são obras de arte. Além das cores, os frascos minúsculos tinham promessas de amor, felicidade, eternidade e bênção, conforme sugeriam as flores. Havia um perfume para cada desejo! Assim como é preciso abrir o vidro para aspirar o perfume, é necessário ler o livro para sentir o efeito da poesia. Com palavras pensamos , idealizamos o mundo, formulamos propósitos, resolvemos pendências, filosofamos.